segunda-feira, 5 de outubro de 2009

''JonathaN HarkeR'' por Jonas Alves

O vento que batia nas árvores me era semelhante ao que agitava a região dos Cárpatos na noite em que tracei, quase que para sempre, um  destino mortal.
O frio que vinha da gélida noite e que entrava através da janela me fazia lembrar de  quando estive prisioneiro naquele terrível castelo, de quando fui assombrado em meus sonhos por belas e demoníacas mulheres, de quando fiquei sem esperança de retornar para Mina.
É impossível fechar os olhos e não lembrar das grossas paredes de pedra maciça, das portas sempre fechadas e principalmente da ameaça de morte toda vez que a noite chegava. Cocheiro, empregados, o próprio Conde... Quantas máscaras aquele ser poderia ter? Acho que o suficiente para quem viveu mais de 1000 anos assombrar não só um pobre como eu, mas uma cidade inteira. Hoje entendo perfeitamente as caras de tristeza das pessoas que viram minha partida de Bistritz para o castelo, era óbvio que todos sabiam meu triste e provável fim, assim como aquela mulher que me deu o crucifixo morrendo de remorso por minha partida precipitada a noite em que o mal estaria “a solta”. Agora percebo quão perto de nós o sobrenatural está.
É, meus amigos, a única esperança de vida vinha de meu diário, este o qual lêem agora, vinha de minhas lembranças e das orações que fazia toda noite, pedindo proteção contra os maus espíritos que ali reinavam. Mas, felizmente, tenho amigos que deram suas vidas por mim, embora não fosse de tão merecimento, e que salvaram não só a mim, mas a muitos que seriam atacados por tal maligno ser.
Hoje, da janela de minha nova casa, ao lado de minha adorável Mina, vejo o quão preciosa a vida, e de quão merecimento. Amo a Mina, a meus amigos e a minha vida, muito mais do que antes, quando não tinha noção de que ela pode ser tirada muito rápido de cada um de nós.

Um comentário:

Fale aqui! ^^