segunda-feira, 29 de março de 2010

Era sábado

Era sábado se eu não me engano.
Chovia nesse dia. Estávamos entrando no outono.
Dentro do carro estava quente e confortável.
Eu dormi.

A noite chorava, chorava lágrimas de diamantes...
De dia lágrimas, a noite amantes....
Mas amante de quem, amante do que?

Não se sabe ao certo pra quem escrevo a canção,
Que mesmo tendo tocado na hora errada,
Ou mesmo que não tenha tocado,
Ficou subentendida no seu olhar escondido...
Na sua vontade retraída...
Nos momentos de silencio.

Músculos retraídos, e relaxados...
Eu sinto sua mão em meu pescoço...
Seu nariz está gelado por conta do frio que a chuva trás...
Meu corpo está quente, como de costume....

Pena tudo não passasse de um sonho...
Acordava eu, encostado no banco do carro...

Em casa, mas uma vez, me dirige a mim mesmo
Diante do espelho, onde uma vez você me disse que
Eu  o encontraria.
E como de costume, estou sozinho.

Era sábado se eu não me engano.
Chovia nesse dia. Estávamos entrando no outono.
Dentro do quarto estava quente e confortável.
E lá eu ia mais uma vez sonhar com o beijo que não aconteceu.

                                            ...

Por Jonas Alves.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Desejo

Seria pecado deleitar-se em alguém,
Saciar-se do outro, como se estivesse
No deserto desejando por água, buscando
Sabe-se lá o que, caminhando sabe-se
Lá por onde.


O que seria a busca pelo saciar-se
Se não o desejo de se completar
Com algo que se ausenta, e que é
Encontrado em outros, ou em tantos
Outros, ou até mesmo em um único ser;
Como juntar as duas faces da moeda,
Os dois lados da vida, para formar
Um único mundo.

O que seria completar-se
Se não o desejo de ser inteiro
Único e absoluto diante dos demais incompletos.
Completar-se de vários, diversificados,
Antagônicos e inusitados momentos,
Formando um novo ser.

Ser o único e inteiro é quase uma Utopia
Onde nós, pobres gregos sonhadores,
Procuramos tanto algo que nos complete
Que esquecemos de nos completar de nós mesmos
Para que assim, a nova face tenha o encaixe perfeito
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

                      ....

segunda-feira, 22 de março de 2010

Isabel - 2

Eram 7:00h e o computador
Ainda estava ligado.
Chovia lá fora.

Sob o mármore branco
Jazia a bela rosa vermelha,
E ele, sentado em sua cadeira,
Deleitava-se ao ver as pétalas
Flutuarem devagar até o chão.

No chão, o sangue, já se separando do plasma,
Traçava um caminho sinuoso, como
Um rio, um rio de dor, agonia,
Sofrimento, um rio de sangue.

A nascente desse rio vinha
De uma bela mulher caída
No chão.
Os cabelos em sua face cobriam-lhe
Os olhos, que já sem vida, tinham
Visto o rosto do homem que, sentado na cadeira,
Deleitava-se com a cena.
Sua pele era branca.
Seus cabelos eram cor de terra.
Seus olhos eram sem vida.

Os minutos se passaram
E eu não conseguia me
Levantar do canto daquela sala.
Eu não tinha forças.
Minha voz havia sido roubada.
Meus movimentos, privados.
Mas havia uma voz que saía
Da mulher caída no chão.

"Lindo não é?" - ela dizia.
E ria, com uma voz de sino suave.
Nesse momento, a sala encheu-se de
Um frescor cítrico, e um gélido arrepio
Percorreu minha orelha, beijou meu nódulo
E sussurrou baixinho... "Isabel".

Mais uma vez me acordei suado,
Sem conseguir respirar.
O cheiro forte de sangue ainda
Jazia em meu quarto.
Dessa vez não haviam motivos para rir.

...

HAHA' Eu beim que disse que
seria um bom começo pra uma história !!!   :D:D:D

Até a próxima!! :D

quinta-feira, 18 de março de 2010

Isabel

- É, é. Você está certa. - eu digo.

- Ah! sem contar na fila que você tem que enfrentar...
Nossa, faz você perder a vontade... - alguém diz sistematicamente na cadeira de trás.

- É, tem razão. - eu continuo a conversa, mesmo sem
saber com quem estou dialogando.

- Me diz o nome deles? - a voz me pede.

- É, me diz o seu pra eu poder apresentar vocês.

Então, sinto um leve frescor cítrico se aproximar,
Junto com uma respiração ofegante e quente ao
meu pescoço.
Seu gélido nariz percorre minha orelha e sussurra baixinho... "Isabel". Eu não entendo, e mais uma vez a voz sussurra... "Isabel". Fico tão desnorteado que peço uma terceira vez... "Isabel". É o que me vem ao ouvido. A pessoa ria.

- Lindo não é?

E antes que eu pudesse olhar para trás,
Tudo se transformou em fumaça.

"... Isabel..."
Foi como mostrar a água a alguém que deseja
Saciar-se no sol do deserto, mas eu não sabia o por que
Aquele nome tinha me causado tal reação, aliás, por que
Tal ação me era tão desejada.

"...
seu nariz percorre o caminho da minha orelha
e sussurra Isabel bem baixinho, beijando suavemente
o nódulo da minha orelha ao terminar de dizer o nome
daí não vejo seu rosto e esse ser misterioso some em meio
a fumaças...
                                                                    ..."
Desperto então do sono no susto do momento
E eu ainda podia sentir sua respiração ao meu ouvido
E seu gélido nariz em minha orelha, sua boca ainda a sussurrar
Isabel.
Eu ri ao me acordar, aliás, não no mesmo momento
Porque eu passei meia hora buscando explicação
Coerente, não para o sonho, mas para esse nome..   ISABEL.
Não havia nenhuma lógica nisso...
Era um sonho. Só um sonho. Foi isso que me fez voltar a dormir.

Sonhos funcionam como uma premonição,
Seja ela de um futuro distante, como de um 
Presente corrente. Sempre têm uma lógica,
E eu estaria disposto a procurar por ela.
                             ...

Bom dia!!!
HAHA' sério, eu realmente sonhei com isso...   :S:S:S
O bom de tudo é que é caminho pra uma bouua história neah..
O mistério de Isabel...   kkkkkk'

Voltando com carga total.
Em breve mais postagem!
Bjbj!


É engraçado como sinto a necessidade de voltar
A escrever, quando o que eu escrevo é o que eu sinto
E no momento eu não sinto nada.
Seria bizarro se não tivesse mais palavras pra expressar
Minhas emoções que me movem a cada instante...
Seria como pedir pra um árbitro não falar de futebol.

O que eu quero dizer é que não a caminho sem volta,
Embora qualquer um deles dê na "budega"..
Eu por mais que você se afaste, um dia você torna a voltar...
Que por mais que fuja, que não olhe pra trás, que não se arrependa,
O passado, assim como antigas paixões e vontades, é bicho teimoso
E torna a aparecer mesmo quando você não  mais o teme.


Por Jonas Alves.