quinta-feira, 22 de abril de 2010

Interpretação

Hoje, o mar não tem forças pra arrastar a areia da praia.
O sol não brilha como de costume no verão.
A ar parece que vai sumindo com o tempo.

O tempo.
Com o  tempo tudo passa. Mentira.
O tempo desfoca do centro das atenções
As angustias, o sofrimento, o erro.
Ai, quando mais precisamos do tempo,
Quando colocamos nossa cabeça no travesseiro,
Parece que o tempo também vai dormir,
E tudo que foi desfocado volta.

A volta.
Nada volta a ser como era antes.
Nós imaginamos e desejamos que tudo volte.
Mas nada será o mesmo.
Pois, quando tudo não passar de um retrato
Tirado nos bons momentos,
Será só isso que iremos ter.

O que iremos ter.
Além da lembrança daquele único dia de sol
No inverno,  tudo será esquecido um dia.
Mas, será nessas horas, em que estamos
Só no quarto, seja antes de dormir ou
Em qualquer outro momento,
Que tudo nos voltará como um filme.

O Filme.
Nele, tudo passará de fato.
Iremos ver, o quanto fomos felizes,
O quanto erramos e como aprendemos com os nossos erros.
Será ai que olharemos cada ato e momento
E  iremos perceber que de fato fomos felizes todo o tempo,
Só não demos a devida importância.
E surgem as pistas de que podemos ser feliz.

Ser feliz.
Quando o sol sorrir novamente,
Tire mais do que uma simples fotografia,
Retribua seu sorriso, abra os braços
Para seus raios, faça um esforço mesmo
Que isso lhe custe uma vida.
Tudo vale a pena pra ser feliz.
E  quando você estiver lá, lá na frente,
E decidir por qualquer motivo olhar para trás,
Você vai ver o quanto foi feliz, o quanto
Sorriu para o Sol e o quanto a vida sorriu pra você.


Histórias,  bebidas, sorrisos...
E afetos em frente ao mar, será isso
O que nos manterá vivos: LEMBRANÇAS.

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Por Jonas Alves

Texto feito a um tempão já....`
É, eu acho que chovia aki quando escrevi ....

sábado, 17 de abril de 2010

Analise do Ato

O que seria o ato se não
A realização do ato pelo próprio ato,
A vontade realizada,
O desejo consumido pelo beijo,
O encontro dos corpos sedentos de...

Prazer, satisfação, seria esse o ponto final.
Não, não se para no prazer.
Se começa no prazer.
"... O prazer é todo meu..." se diz ao conhecer alguém..
Pode ser seu, pode ser de ambos
Quando há o encontro dos corpos sedentos de...

Sentimentos... Ah, sim, ainda se fala neles.
Como seria bom provar do seu veneno,
Oh estranho que certa noite invadiu meus
Sonhos e roubou-me um beijo...
Como seria sentir seu toque..
Como seria tocá-lo...
Como seria sentir seu corpo sedento de...

Amor. É o que nos move.
Não, não nos move sempre.
Ele pode iludir, mostrar a verdade...
Pode transformar-se em puro ódio, amor a primeira vista.
Pode levar-nos a loucura, a sanidade dos fatos.
É ele também que pode aproximar
Os corpos sedentos de...

Pecado. Doce pecado.
Existem muitos em busca de cometê-lo,
Mas, poucos com coragem o suficiente
Pra encararem as consequências.

Não se deve ver o mal, ouvir o mal, falar o mal...
Mas e fazer o mal?
Não se pode, vê-lo, ouvi-lo ou falá-lo, já fazê-lo....

Não não, seria errado cometê-lo... Por isso eu juro solenimente não mais realizá-lo. Juro solenimente mas....

Mas pra falar a verdade, às vezes eu minto.
Perdão...




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Por Jonas Alves

domingo, 4 de abril de 2010

As luzes da cidade

Sua boca estava molhada,
Seus olhos parados a me olhar...
Seus estímulos me chamavam pra perto
E minha intuição gritava através da minha pele.

Eu sabia que você queira.
Você  sabia que eu queria.
Nós sentíamos o que estava acontecendo,
Mas disfarçávamos, meio sem jeito, mas
Disfarçávamos.

Foi ai que aconteceu...
Nos juntamos  num beijo,
Num único toque.
Sua boca era a água...
Eu era o eremita que caminhava
A dias no deserto...

Foi   como tocar o fogo
E sentir o prazer em ser queimado...
Foi como provar do pecado
Esperando o castigo...
As luzes na cidade piscavam,
Enquanto o único brilho que eu via
Vinha dos seus olhos.

Não era errado querer mais...
Não era errado insinuar mais..
Era errado esconder  o desejo...
Era errado reprimir a vontade...

A noite terminou com um adeus
Que se resumiu em "Até logo".
Eu fui embora, você foi embora...
Mas estávamos ligados..
Com certeza estávamos ligados.

                         ...

Por Jonas ALves.